Construção civil e urbanismo: o papel da topografia
A construção civil conta com uma série de segmentos e nichos menores sem os quais o seu avanço seria dificultado, ou mesmo impensável.
É o caso, sem dúvida, das áreas de topografia e georreferenciamento. Embora comumente sejam confundidos, esses termos guardam uma diferença sutil entre eles.
O georreferenciamento é o próprio projeto ou processo pela qual se realiza, entre outras coisas, a topografia. Esta implica a descrição detalhada e exata de um lote ou região qualquer a ser trabalhada pela construção civil.
Em todos os casos, trata-se de uma especialização bastante técnica, e que só pode ser aplicada por profissionais da área, devidamente habilitados para lidar com a expertise do setor.
O papel fundamental do INCRA nessa área
O que dissemos acima são as determinações do próprio INCRA, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, fundado na década de 1970, que revolucionou esse setor desde então.
Atualmente, o órgão administra vários programas de desenvolvimentos na área de engenharia e construção civil, entre os quais:
Programas de integração nacional;
Programas de desenvolvimento de áreas integradas;
Programas de redistribuição de terras;
Programas de polos agropecuários da Amazônia;
Programas de agrominerais da Amazônia;
Programas de estímulo à agroindústria.
Essas também são, no final das contas, apenas algumas referencias do campo de atuação do engenheiro que presta serviços de georreferenciamento e de topografia em geral.
O próprio INCRA foi criado com a ajuda do Exército Nacional e do Ministério da Agricultura. Porém, grande parte do setor privado depende igualmente da topografia em todas suas variáveis.
Como funciona o levantamento topográfico?
Existem vários termos técnicos dos quais o setor de topografia não pode abrir mão, como topometria, taqueometria, topologia e afins. Seu campo de atuação, porém, se dá in loco, ou seja, nos próprios lotes e regiões a serem trabalhadas, o que aproxima essa matéria de todos nós.
Um levantamento topográfico georreferenciado, por exemplo, lida com qualquer tipo de área, levantando representações gráficas a respeito de todos os acidentes e características geográficas de um determinado local.
O resultado final do levantamento costuma ser praticado por meio de cartas ou plantas. Nos dois casos, trata-se de documentos típicos desse tipo de serviço.
A carta topográfica é uma representação técnica que foca em todos os acidentes geográficos do local. Lembrando que alguns deles são naturais, porém existem os acidentes artificiais, ou seja, aqueles ocasionados por intervenção humana.
Já a planta é a projeção de um espaço arquitetônico, recortado estrategicamente com finalidades acadêmicas ou práticas, a fim de registrar o interior de uma construção, com vistas a manter controle sobre ela, ou alterá-la com melhorias, ampliações e afins.
Portanto, o levantamento em forma de carta foca sobretudo a região em estado embrionário, antes da construção que será iniciada. Nesse quesito, as principais particularidades do local costumam ser:
Vegetações e relevos;
Rios, bacias e córregos;
Rodovias e estradas;
Ferrovias e afins.
Complexidade dos projetos de urbanismo e construção
Naturalmente, o exemplo citado acima apresenta proporções eminentemente privadas, de obras e construções de iniciativa geralmente empresarial, mas também de empreiteiras focadas em conjuntos residenciais, condomínios, sobrados e casas comuns.
Quando se fala em projeto de loteamento urbano, aí naturalmente se trata de outra seara, a qual lida com grandezas e proporções bem maiores, cujos cuidados e formações técnicas também exigem mais do engenheiro.
Nesses casos, a topografia do terreno é tão importante quanto todas as demais exigências típicas do setor, que são:
As licenças ambientais;
Os alvarás de impacto na vizinha;
Os estudos geotécnicos do solo;
Toda a parte de drenagem;
O próprio saneamento básico.
Outra frente indispensável nesse âmbito de abordagem é a questão dos impactos em termos de paisagismo e pavimentação. Este, no caso, não diz respeito a assoalhos e revestimentos de madeira ou porcelanato, como ocorre na parte interior de edificações, mas ao calçamento das ruas.
Já o paisagismo lida com o que na área é chamado de macropaisagem. Ao contrário do que possa parecer em um primeiro momento, projetos desse porte demandam uma quantidade significativa de planejamentos e gestões.
Por isso mesmo, o engenheiro urbanista é formado com especialização voltada especificamente para essa área da construção civil. É ele o profissional que elabora projetos de edificações com ênfase na realidade urbana.
Ao fazer um projeto de loteamento urbano, seu foco vai desde os bairros, parques e ruas até a parte elétrica, hidrelétrica, de saneamento e de transportes.